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LITERATURA

UM DEDO DE PROSA COM O VAQUEIRO

Peço uma pausa nas questões jurídicas. Cá está uma prosa minha. Foi um viés da minha veia poética, se é que a tenho. Mas gosto muito... e, logicamente, inspirado nas fazendas de Feira de Santana – a cidade que não sai de mim. Volto a 1905 e deixo aqui um aperitivo. Fica o suspense...

 

Ah, os pontilhados são problemas de transcrição. Palavras não reconhecidas, certo? Com o seu perdão...

 

A VINGANÇA DO VAQUEIROPARA “O PALLADIO”

O Gabriel Nunes, ou melhor o Bié, como lhe chamavam os conhecidos, era o vaqueiro da fazenda Gitirana pertencente ao major Paulo de Luna. Não era um mestiço esguio e robusto, em que a fusão do sangue de raças differentes houvesse feito o trabalho de adaptação aos rigores da lida sertaneja; seus cabelos alourados, onde já alguns fios alvos se descobriram, a côr ligeiramente azul dos olhos e a cutis branca, sem bem que tostada pelos ardores do sol, denunciavam o filho de europeus que se tivessem domiciliado em nosso sertão. De estatura mediana, hombros largos e porte firme bem se podia adivinhar no vaqueiro da Gitirana um homem forte e capaz de dar contas dos pesados encargos de sua vida rude; e em seus olhos se percebia, de par com a energia que delles scintillava certo ar de bondade que a todos impunha viva sympathia e confiança. Tres validos rapagões e duas moçoilas sadias e sem preguiça constituíam a família do Bié, viúvo fazia dous annos, quando, depois da secca de 1890, os aguaceiros torrenciaes de novembro, aos quaes não se poupou a boa d. Clementina, trouxeram a esta fatal resfriamento que lhe abriu a cova.

 

Sabe Deus quanto soffrimento acabrunhou o coração do nobre sertanejo, e triste dele se não tivesse a encouraçar-lhe as energia da crença profunda na religião de seus paes!

 

O José Nunes e sua esposa d. Joaquina eram dous portuenses às direitas, ou, como se alcunhavam na intimidade do lar, dous Tripeiros de lei; tinha a rijeza e o quilate das boas obras da ourivesaria do Porto Catholicos sinceros e excellentes cidadãos viam em Deus e na honestidade consubstanciado o código de seus deveres; e como esmeravam no culto que lhe prestavam, educando os filhos no seu temor, para que a honradez e o amor à justiça assignalassem sua descendencia.

 

O Bié soubera aproveitar-se das lições e dos exemplos dos virtuosos progenitores, esforçando-se por transmittil-os a seus filhos que, sem embargo do meio atrazadissimo em que se deslisava a existencia, sabiam ler e escrever, tinham aprendido o catecismo e, obedientes aos preceitos recebidos, alliavam ao vigor physico a sanidade mental.

 

O diligente vaqueiro, que montado no alazão arisco, rompia, veloz como relampago, os calumbys, as unhas-de-gato e os espinhaes entrançados da catinga, para acompanhar a rez fugitiva por onde ela se entrometesse e passasse até alcançal-a, não se descuidava nunca das praticas religiosas; e no seio da família, quer no terço, quer no officio da Virgem Santa, era sempre ele quem tirava as rezas; e pela desobriga não havia família mais prompta no cumprimento dos sacros deveres.

 

O ar da felicidade que se respirava na casa da Gitirana fazia bem a quantos a frequentavam; e não deixavam alguns vizinhos de ser attrahidos pelas duas sertanejas, filhas do vaqueiro.

 

Ora, a ventura e o contentamento, que enchiam aquella casa e que só eram nublados pelas saudades da virtuosa d. Clementina, às vezes geravam malquerenças, inspiradas pela inveja; não vingavam, porém, naquelle ambiente que lhes era desfavoravel.

 

Ninguem mais prompto do que o Bié para auxiliar os vizinhos na ferra do gado, nas vaqueijadas ou em qualquer serviço em que pudessem ele e seus filhos ser de alguma utilidade; e nas moléstias ou nos vexames da circumvizinhança, suas filhas estavam sempre ao dispor dos necessitados.

 

Porque não havia de ser bemquista e abençoada aquella gente honrada e prestimosa?

 

 

Banhada por um córrego, cujas aguas muito diminuídas pelas estiagens rigorosas, era o derradeiro a cortar por aquelles sítios; possuindo varios caldeirões de pedra e dous tanques, um dos quaes de grande capacidade para captação das aguas das chuvas; provida de roças e pastagens, que bem davam a conhecer os esforços da família do vaqueiro: a fazenda supportava  com valentia as seccas periodicas e era apesar de todos os prejuisos a melhor de toda aquella zona extensa. Por um contraste singular, as demais fazendas, a dez leguas em redor, eram as que primeiro denunciavam o flagello, mal se faziam sentir seus rigores.

 

Em uma dellas, a Capoeira Pequena, era vaqueiro o mesmo dono, o André Macambyra, acaboclado, valente e trabalhador como poucos. Certo de que o esforço próprio é um dos meios mais seguros de adquirir independencia , elle moirejava  dia e noite e via compensada sua labuta com a relativa prosperidade que o circumdava. Acreditado entre os conhecidos vantajosamente reputado na Feira de Sant´Anna, aonde mais de uma vez por anno levava o gado a vender, viveria feliz no seu meio, se não fascinasse a filha mais velha do Bié, a Rosa, a marola, como apaixonadamente a apelidava, pelos seus traços de portuguesa gentil.

 

Emquanto a esperança o animo, e durou isso largos mezes, o Macambyra multiplicou-se no trabalho e ninguem soube melhor do que elle tecer elogios pelos favores prestados a quantos o procuravam. A alma sertaneja resplandecia triumphante as scintillações do amor, que se julgava correspondido; e longe como os horizontes que orlavam os extensos geraes – scenario de seus folguedos e de seus labores – a phantasia se alava até nuvens rosas , que eram como o emblema de seu futuro. A symphatia que ele a todos inspirava era também partilhada pela família do Bié e porque, sempre mais procurada era a Rosa quem mais respondia às perguntas ou, de boa vontade, satisfazia alguns pedidos do Macambyra entendeu este de si para si que tão facil lhe fôra dominar o coração da tabaroa quanto fazer chegar ao lote as rezes esparramadas.   

 

Teve de se desilludir afinal. O Bié, com franqueza e amizade, notou-lhe os inconvenientes do casamento com a Rosa, ponderando-lhe que ella tinha desoito annos, emquanto o seu pretendente, nascido pela epidemia de cholera (1) já rastejava pelos quarenta.

 

  1. 1855

 

Sentiu-se muito o Macambyra, e era natural que assim acontecesse; mas, de sua decepção, que o tempo  se incumbiria de extinguir, não germinaria odioso ressentimento, se não fôra a phrase de proposito atirada aos ouvidos do mallogrado sertanejo pela Magdalena, que, havia tempos, o tinha cercado de agrados, desejosa de attrahil-o para esposo: A maróla não quis sujar a geração!...   

 

O Macambyra chocou-se com o dito, e seu coração sincero, mas inculto e rude, sangrou em demasia. A consequência foi o despeito, o ódio, uma certa necessidade de represália, de desforra: esperava que ensejo se lhe deparasse propicio, e emquanto a occasião não se mostrava, procurava illudir-se com a aguardente de que começou a abusar e que o tornou, depois de poucos mezes, desleixado e provocante, se bem que, após a resaca tentasse volver à vida primeira do trabalho e ordem. O vicio, porém, embotou-lhe o animo, jungindo-se ao carro das precisões, como ele outr´ora amarrava ao mourão do curral o barbatão que desejava amansar.   

 

Máos tempos, cercas estragadas, ausência de pasto, falta de animaes para as vaqueijadas foi tudo contribuindo aos poucos, o despovoamento da Capoeira Pequena em cujos limiares, ao em vez da relativa fartura dos tempos idos, se firmou o espectro da fome. Ora, é sabido, que são péssimos os conselhos da fome, principalmente quando dados a um individuo empolgado pelo vicio.

 

Chegado a sensível penúria, certo dia em que, montado no seu velho castanho, o Desengano, magro e alquebrado, o único que lhe restava de seus cavallos de fama passava o Macambyra por um dos vaquejadores da Gitirana, foi tentada pela presença de dous garrotes bastante arrobados, e lhe passou pela mente que bem podia matal-os, para se attribuir à gente do Bié o estrago do gado da fazenda. Em seguida, estimulado pela falta de dinheiro, entendeu que com uma só cajadada podia matar dous coelhos: fazer parar sobre a honestidade do vaqueiro a sombra da desconfiança e arranjar matalotagem por algum tempo, além de apurar algum dinheiro de que muito precisava, na carne do sol que preparasse. Tangeu, pois, as duas rezes, com a pericia que o distinguia, para um recanto muito seu conhecido, onde fácil lhe foi encurralal-as, providenciando immediatamente sobre o destino que lhes reservara. A solidão favorecia-o; e o conhecimento de todos os paus e caminho lhes facilitava o bom êxito da empresa na qual auxiliava poderosamente um seu afilhado , o Theotonio, ladino, forte e manhoso, capaz de tudo, e portanto capaz de fazer desviar de seu padrinho qualquer  suspeita e responsabilidade. Carneadas as rezes, depois de, cautelosos, haverem enterrados os couros que, deixados nos campos, attrahiriam os urubus à carniça e, aproveitados, podiam ser um seguro indicio do crime, transportarem a carne que seccou quasi toda ao sol e que foi em alguns dias vendida pelo Theotonio em uma povoação próxima, aonde costumava ir vender aquella mercadoria, por incumbencia de algum vizinho.

 

Não deixou de causar reparo ao Bié, a ausencia dos dous garrotes; mas quando, alguns dias depois, chegou o marchante que havia contractado comprar algumas cabeças de gado, entre as quaes um dos garrotes furtados, o Estrella, inquietou-se o vaqueiro e de prompto foram tomadas as providencias necessarias à entrega do único boi que faltava. Baldados os esforços que empregou! O marchante pagou o gado que conduziu, e o Bié continuou na penosa faina de descobrir o impossivel.

 

O Manoel Antônio, seu filho mais velho, dera, entretanto com os rastros de duas reses, chegando até o recanto aludidos, onde se percebiam ainda vestígios da saugueira da carneação, quasi apagados por alguns aguaceiros cahidos naquelles dias, e de repente lhe surgiu à imaginação a figura do Macambyra. Com a extraordinária penetração, que distingue os sertanejos, orientou-se o rapaz da direcção preferível e enveredou por um estreito carreiro que abrindo para o poente, era o caminho mais curto para a Capoeira Pequena.

 

Não andara errado: a algumas braças do carreiro, via-se que pela catinga cerrada, havia passado um animal de carga que quebrara algumas ramas seccas, espalhando vasta folhagem por um longo percurso, podendo olhos afeitos àquelle scenário lobrigar pegadas de Alpargatas de dous indivíduos catinga afôra.

 

Vacillou, entretanto, o Manoel Antônio em sua primeira suspeita; os rastros mais e mais se desviavam da casa do Macambyra, tomando rumo de morte; e só quando a meio quarto de legoa, descobriu a habitação de Theotônio, é que elle se lembrou de que bem pudera o afilhado ter feito mais um bom serviço a seu digno padrinho.
 

Não quis o moço ir por diante no primeiro dia. Communicou o occorrido ao seu pae; pediu com a devida reserva informações, e veio a saber que, fazia já alguns dias que Theotônio, levara ao povoado carne do sol a vender. O Macambyra havia comprado um fato novo de cassineta e, em suas bebedeiras habituaes, batera nas algibeiras das calças, arrotando que podia pagar pinga, porque não estava em quebradeira, e no meio das conversas, deixou escapar que já se ia vingando do pae da marôta cheia de pabulagem. Convencidos ficaram o Bié e os seus de que foram o Theotônio e o padrinho, aquelle em auxílio deste, os autores da feia acção que lhes exprobraram, teimando o primeiro que era um imbute falso que lhe faziam, e ageitando o Macambyra umas desculpas que não justificavam.

 

Duas semanas depois, uns vaqueiros levando à Feira de Sant’Anna uma luzida boiada, encontraram-se com o major Paulo de Luna e lhe contaram as occorrências da fazenda. Não deixou um delles de insinuar o descuido, o desleixo do Bié, pois gado vendido não deve ficar por longe do curral, exposto a ser extraviado, como acontecera ao Estrella. O major sabia fazer jus ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------perceber o seu juízo sobre o denunciante, declarou que ia escrever ao seu vaqueiro como o caso exigia, em altas vozes chamou de ladrão o Macambyra, protestando que, se elle repetisse a graça, chucharia tronco e cadeia.

Voltando os vaqueiros, foi commentado com exaggero e algumas inaxectidões o encontro destes com o major Paulo; e o Macambyra ficou certo de que fôra o Bié que escrevera ao seu amo narrando o facto que ele promettera esquecer. Augmentou certo d— as libações que fazia na intenção Bié, já que não podia ser na do major atrevido e fanfarrão.

 

“Que se aguente o Bié! O clavinote é seguro; a carga é boa e capaz de derrubar um tigre valente, quanto mais um triste crhistão!”.

 

Sabia o Macambyra que o vaqueiro, costumava recolher, aos sábbados, antes do sol posto, depois de ter corrido todo o gado, pois às ave-marias começava a rezar o terço com a família; e não lhe era desconhecida a hora em que o mesmo passaria perto de uma pequena moita, próxima a um vaqueijador, na qual bem podia acoitar-se na tocaia.
 

Calculara tudo com precisão. Havia uma meia hora que, attento, espreitava a passagem do vaqueiro quando o tropel do animal, que elle montava, denunciou que já não estava longe.

 

Pôde elle perceber que o Bié cavalgava o tordilho Vapor, esperto e passarinheiro como poucos, e tal cousa, não sabia elle explical-o, causou-lhe má impressão. Avizinhava-se mais e mais o Bié, quando a duas braças da tocaia, estalou a espoleta e estrugiu o tiro da clavina, antes de cujo disparo refugara, empinando-se, o cavallo que com tal movimento resguardou o seu dono da carga, que por um triz não conseguiu atingil-o. Corajoso e calmo, comprhendeu o vaqueiro que estaria com certeza derruba pelo chumbo, se o tordilho não se tivesse espantado, sem dúvida ao pressentir pela moita alguma coisa de extraordinário; e, homem de acção, em um instante convenceu-se que deveria enfrentar seu inimigo, para defender-se ou morrer, pois, se não o fizesse, ou teria de viver sobressaltado e cheio de dúvidas, ou poderia ali ser alcançado por uma nova descarga. Correu com forças as esporas pelas ilhargas do cavalo, impellindo-o para o logar da tocaia, que alcançou justamente quando o Macambyra tremulo ----------- ia applicar ao ouvido da cla -------------------------------------------------------------------
a efeito porquanto o vaqueiro, saltando do fogoso tordilho sobre elle,  arrebatou-lhe com força a arma do crime.

O Macambyra conhecia bastante o Bié: alguns tempos antes, podiam os dous campeões bater-se egual -----------------, mas o vício tinha arruinado o primeiro e a coragem de outr’ ora lhe fugira com o abuso da aguardente. Não se humilhou, entretanto: “Pode matar seu Bié, faça commigo o que eu queria fazer com o senhor!”.

 

Uma onda de sangue purpureou os olhos lampejantes do vaqueiro, transformando-lhes o juízo. Agarrou com a mão esquerda, a garganta do adversário, poz-lhe o thorax um dos joelhos e com a destra arrancou indignado, da bainha d facão do matto seu constante companheiro nas excursões pela fazenda, levando-o até quasi ao peito do inimigo subjugado. O esforço extraordinário que fez o Macambyra para se desvencilhar da mão que estava quase asphyxial-o, não fez tremer o braço rijo do vencedor, inflexível como uma tenaz de ferro. Mas, vendo o Bié algo de sinistro como a morte a se estampar no semblante do Macambyra, de súbito alliviou-o da pressão que o estortegava, embainhou o facão, prendeu ao arção da sella a clavina do aggressor, a quem ajudou a sentar-se,dizendo-lhe:

“Seu Macambyra, isto só por tentação do demônio! Um pae de família, honrado e trabalhador, de uma hora para outra, mata o seu semelhante e lá se vai para a Bahia a cumprir sentença, como um malvado que não teme a Deus!”.

 

“Perdôo-lhe o mal que me quiz fazer, continuou Bié, perdôo-lhe de todo coração. Peço-lhe também que considere o seguinte: se não fosse a revolução de cá por dentro de mim fez a acção triste, e o modo como me falou depois que o desarmei, eu não chegaria também ao despotismo que me fez quase um assassino. Se ainda lhe resta, como creio, alguma cousa de sua bondade antiga, deve estar arrependido da desgraça que pretendeu para a minha família, como afllicto me sinto por haver deixado em seu pescoço o sinal dessa mão que teve por um triz a matal-o...”.

 

No rosto do Macambyra transpareceu, como por milagre, a sinceridade de outros tempos. Pediu perdão ao Bié, que lhe rogou não insistisse em tal cousa, e o aconselhou a mudar-se daquelles sítios, onde perdera o bom conceito e adquirira a má vontade do major Paulo, e fosse trabalhar em outro logar onde, com certeza seria feliz.

 

Nestes entrementes ouvia-se o ruído de passos de animaes que corriam a galope. O Manoel Antônio e seu irmão Firmino que estavam a alguma distância do logar da tocaia, ouvindo o estampido de tiro, partiram a rédeas solta para ali, ficando estupefactos ao se lhes deparar o grupo que já conhecemos.

 

Informou-os o Macambyra do ocorrido: quis elle mesmo fazer a confissão da sua grave falta. Interveio o Bié, exigindo que tal successo ficasse inteiramente esquecido e que nenhuma palavra sobre tal pronunciasse nem mesmo diante dos seus irmãos.

 

Retiraram-se o vaqueiro e os filhos para casa, e o Macambyra para sua fazenda, mui disposto a se aproveitar-se do ensinamento daquelle dia.

 

Como se vingou o Bié! Deixando, pois, sua vontade de matar que só o não matei porque não pude.

 

À noite, quando se rezou o terço, implorou o vaqueiro ao Senhor Bom Jesus da Lapa e à Virgem da Conceição que o livrasse e as abominações do sangue, porque a sua terrível tentação, aproxima os homens da loucura, quando não os embrutece de todo.

 

Bahia, Agosto de 1905
Filinto Bastos

 

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